Arquivo do mês: junho 2013

Recanto

R E C A N T O Amigo antigo Calado no canto, Tanto tempo Esquecido, O velho violão voltou A conversar comigo. Refez-se o encanto, Enquanto ele toca, Eu canto.

Recanto

R E C A N T O Amigo antigo Calado no canto, Tanto tempo Esquecido, O velho violão voltou A conversar comigo. Refez-se o encanto, Enquanto ele toca, Eu canto.

Minha lorinha

  Autor desconhecido Júnia, sua negrinha! Vem cá já [Nasceu minha lorinha, dois dias depois do meu terceiro filho! Ele não vingou, o meu negrinho. Menos um para se danar!   Morreu gritando. Os chás das ervas nada resolveu. Findou

Minha lorinha

  Autor desconhecido Júnia, sua negrinha! Vem cá já [Nasceu minha lorinha, dois dias depois do meu terceiro filho! Ele não vingou, o meu negrinho. Menos um para se danar!   Morreu gritando. Os chás das ervas nada resolveu. Findou

Caput

Se o cheiro é memória pesada, para mim não é a perfumaria a culpada, os odores da comida são quem mantém a balança sempre em desequilíbrio, a cozinha o espaço que acende diversas imagens de minha infância com meu pai.

Caput

Se o cheiro é memória pesada, para mim não é a perfumaria a culpada, os odores da comida são quem mantém a balança sempre em desequilíbrio, a cozinha o espaço que acende diversas imagens de minha infância com meu pai.

Submissa

… “Mulher que se presa casa de branco, virgem e por opção.” Sonja dizia. Adestrada para esposa perfeita, obedecia qualquer ordem masculina sem questionar. Jamais contrariou um homem na vida. Em casa, filha servil, satisfazia todos os caprichos paternos como

Submissa

… “Mulher que se presa casa de branco, virgem e por opção.” Sonja dizia. Adestrada para esposa perfeita, obedecia qualquer ordem masculina sem questionar. Jamais contrariou um homem na vida. Em casa, filha servil, satisfazia todos os caprichos paternos como

Contratos Noturnos

E então Marina fechou o acordo: quando estivesse sozinha em casa, ou ainda nas noites de muito calor, nenhum bicho-papão – ou homens-do-saco, fantasmas, bruxas e monstros em geral – poderia vir assustá-la. Porque não é justo, ora essa!, argumentava

Contratos Noturnos

E então Marina fechou o acordo: quando estivesse sozinha em casa, ou ainda nas noites de muito calor, nenhum bicho-papão – ou homens-do-saco, fantasmas, bruxas e monstros em geral – poderia vir assustá-la. Porque não é justo, ora essa!, argumentava

Corpo

Depois, pintaram o lugar de amarelo-sol. Primeiro, no tempo do gris-poluição, o topo era do homem do saco. Eu, que detestava o barro de suor e poeira envolvendo meu pé calçado numa melissinha, não entendia como ele vivia naquele traje

Corpo

Depois, pintaram o lugar de amarelo-sol. Primeiro, no tempo do gris-poluição, o topo era do homem do saco. Eu, que detestava o barro de suor e poeira envolvendo meu pé calçado numa melissinha, não entendia como ele vivia naquele traje

Terra sem teto

O teto ficava no fundo. Não o teto, mas o céu, no lugar que seria do horizonte. E a entrada, ficava pendurada à esquerda, mas nada caía porque tudo o mais era chão. E ter tanto chão sem parede era

Terra sem teto

O teto ficava no fundo. Não o teto, mas o céu, no lugar que seria do horizonte. E a entrada, ficava pendurada à esquerda, mas nada caía porque tudo o mais era chão. E ter tanto chão sem parede era

com amor, Alice

desde sua última carta, Anna, eu não mudei de ideia. sinto muito. mas você não pode ser egoísta comigo. não percebe seu pensamento limitado sobre o suicídio? Sobre o meu suicídio? já está certo. será breve. silêncio é minha vocação.

com amor, Alice

desde sua última carta, Anna, eu não mudei de ideia. sinto muito. mas você não pode ser egoísta comigo. não percebe seu pensamento limitado sobre o suicídio? Sobre o meu suicídio? já está certo. será breve. silêncio é minha vocação.

Catedral

Desfaço os nós cegos dos meus dedos,isso não me confere alegria ou dornem dissimula a tristeza que vazasolitária dos meus olhos Falsidades ideológicas,apesar dos meus heterônimos continuocavalgando sozinha no breu da noiteentre cabarés parisiensese anões de Toulouse-Lautrec.

Catedral

Desfaço os nós cegos dos meus dedos,isso não me confere alegria ou dornem dissimula a tristeza que vazasolitária dos meus olhos Falsidades ideológicas,apesar dos meus heterônimos continuocavalgando sozinha no breu da noiteentre cabarés parisiensese anões de Toulouse-Lautrec.

Juntinhos

Aqui dentro é muito gostoso. Às vezes chacoalha e me acorda. Mas não é igual ao corredor sujo e molhado. Sinto falta do cheiro da mamãe. De sua língua me lambendo. Meus irmãos ainda dormem. É que eles têm sono

Juntinhos

Aqui dentro é muito gostoso. Às vezes chacoalha e me acorda. Mas não é igual ao corredor sujo e molhado. Sinto falta do cheiro da mamãe. De sua língua me lambendo. Meus irmãos ainda dormem. É que eles têm sono

O que vi

Não, não vi. Quer dizer, eu vi, ou melhor, não sei bem o que vi. Não, também não é isso, eu sei muito bem o que vi. É, eu sei. E vi bem, mas não queria ter visto. Tá bem,

O que vi

Não, não vi. Quer dizer, eu vi, ou melhor, não sei bem o que vi. Não, também não é isso, eu sei muito bem o que vi. É, eu sei. E vi bem, mas não queria ter visto. Tá bem,