Posts Marcados: poesia
A quatro mãos
No teu sopro, crianças correndo no jardim. No meu, viagem de dez horas. Nos teus olhos, caleidoscópio. Nos meus, caixa de fósforo vazia. Nos teus ouvidos, risos, estouros de bexiga. Nos meus, latido de cão. Nos
A quatro mãos
No teu sopro, crianças correndo no jardim. No meu, viagem de dez horas. Nos teus olhos, caleidoscópio. Nos meus, caixa de fósforo vazia. Nos teus ouvidos, risos, estouros de bexiga. Nos meus, latido de cão. Nos
Provocação
Meu desejo Lambuza tua alma De vontades E verdades Imagem: Paulo Amoreira
Venda-me
Se nesta terra todos têm Seu preço A cachorrada é toda igual, Muda a coleira e o endereço E honestidade é uma doença A ser tratada com desdém Então Venda-me A solução Venda-me Quero uma venda para não ver
Venda-me
Se nesta terra todos têm Seu preço A cachorrada é toda igual, Muda a coleira e o endereço E honestidade é uma doença A ser tratada com desdém Então Venda-me A solução Venda-me Quero uma venda para não ver
Para Nardja
a que me pegou pela mão e me jogou pela escada em aspiral eu que encontrasse a saída no fundo dos olhos. Ela não podia estar ali só para entender, enquanto lágrimas de sargaços molhavam os pés da moça da
Para Nardja
a que me pegou pela mão e me jogou pela escada em aspiral eu que encontrasse a saída no fundo dos olhos. Ela não podia estar ali só para entender, enquanto lágrimas de sargaços molhavam os pés da moça da
Soneto em Síntese
A Vida A Morte O Azar A Sorte O Sul O Norte O fraco O forte A luz A sombra O meio A paz A bomba O fim.
Soneto em Síntese
A Vida A Morte O Azar A Sorte O Sul O Norte O fraco O forte A luz A sombra O meio A paz A bomba O fim.
Rubaiyat
E ao cantar do galo, os homens fora Da taverna gritaram: — Abra a porta! Pois temos pouco tempo por aqui, E depois de partir, ninguém retorna. And, as the Cock crew, those who stood before
Rubaiyat
E ao cantar do galo, os homens fora Da taverna gritaram: — Abra a porta! Pois temos pouco tempo por aqui, E depois de partir, ninguém retorna. And, as the Cock crew, those who stood before
Direto da Vida Real: Sem Latir
Cães não voam. Ele devia saber disso. Cães não têm asas. Ele não estava se importando. A calçada estalou quando dois cães a tingiram de vermelho. Nenhum murmúrio se ouviu. Só sobrou o ganido doce da morte Açoitando ouvidos humanos.
Direto da Vida Real: Sem Latir
Cães não voam. Ele devia saber disso. Cães não têm asas. Ele não estava se importando. A calçada estalou quando dois cães a tingiram de vermelho. Nenhum murmúrio se ouviu. Só sobrou o ganido doce da morte Açoitando ouvidos humanos.
Fragmento Amoroso
Estou em um bar com uma amiga. Não direi que as ruas fervilham porque se trata de mais um clichê. Falo de ti. Eloquentemente. O quanto me mimas. O quão me sinto parte de ti. O que nossas conversas revelam
Fragmento Amoroso
Estou em um bar com uma amiga. Não direi que as ruas fervilham porque se trata de mais um clichê. Falo de ti. Eloquentemente. O quanto me mimas. O quão me sinto parte de ti. O que nossas conversas revelam
Flor da Pele
Na minha pele pipocaram versos. Imagens sonoras, texturas, ritmos, Até na ponta dos pêlos brotaram Pequenos botões de breves palavras. Procurei uma cura no papel, Fiz da muda caneta minha pá E arrisquei delicada operação De transplantá-los vivos para a
Flor da Pele
Na minha pele pipocaram versos. Imagens sonoras, texturas, ritmos, Até na ponta dos pêlos brotaram Pequenos botões de breves palavras. Procurei uma cura no papel, Fiz da muda caneta minha pá E arrisquei delicada operação De transplantá-los vivos para a
Quintino
… – Já é o quinto, Quitéria! Melhor esperar vingar pra ver se merece nome. E se mais esse morrer, te juro! Vai pra terra de caixão tatuado: “Aqui jaz Mais Um, o último que Quitéria e Firmino botaram no
Quintino
… – Já é o quinto, Quitéria! Melhor esperar vingar pra ver se merece nome. E se mais esse morrer, te juro! Vai pra terra de caixão tatuado: “Aqui jaz Mais Um, o último que Quitéria e Firmino botaram no
Confissão de Fracasso
Desenhista de rascunhos, Violonista de sofá, Guitarrista de garagem, Poeta publicado Em fundo de gaveta. Por que tudo o eu que faço Fica no projeto, Morre na proveta?
Confissão de Fracasso
Desenhista de rascunhos, Violonista de sofá, Guitarrista de garagem, Poeta publicado Em fundo de gaveta. Por que tudo o eu que faço Fica no projeto, Morre na proveta?
Neon
Ney, o passado é conta-gotas quando denuncio contigo os medos de amar que a gente bebe às pressas e a secura de ser eternamente de alguém se instala. Ney, veja bem meu bem, sua voz ecoa aqui na minha pélvis,
Recanto
R E C A N T O Amigo antigo Calado no canto, Tanto tempo Esquecido, O velho violão voltou A conversar comigo. Refez-se o encanto, Enquanto ele toca, Eu canto.
Recanto
R E C A N T O Amigo antigo Calado no canto, Tanto tempo Esquecido, O velho violão voltou A conversar comigo. Refez-se o encanto, Enquanto ele toca, Eu canto.
Dores de Açores
Mar que respinga suas águas salgadas em meu rosto Misturando-se ao sal das próprias lágrimas Que rolam por ti Que foste um dia e não mais regressou. Mar que leva e traz a saudade d’um amor Que nunca acabou. Mar
Dores de Açores
Mar que respinga suas águas salgadas em meu rosto Misturando-se ao sal das próprias lágrimas Que rolam por ti Que foste um dia e não mais regressou. Mar que leva e traz a saudade d’um amor Que nunca acabou. Mar